Total de 1,5 tonelada do insumo químico era transportado; ela ajuda aumentar valor na venda da droga
Dentro de um caminhão que passava pela fiscalização no Posto Esdras, em Corumbá, a Polícia Federal e a Receita Federal localizaram 1,5 tonelada de ácido bórico.
O insumo químico é chamado por traficantes como “escama mágica” e serve para aumentar o valor da droga quando os criminosos fazem o “batismo” do entorpecente porque ele fornece brilho à cocaína.
A PF e a Receita realizaram ação conjunta para identificar o carregamento na região de fronteira do Brasil com a Bolívia.
“O insumo químico é largamente utilizado no refino e batismo da droga em Corumbá. A ação tem como objetivo dificultar a produção de cocaína nas regiões de fronteira”, divulgou a Polícia Federal em nota.
A apreensão ocorreu nesta terça-feira (12) e foi divulgada na manhã deste dia 13 de abril. A venda de ácido bórico é controlada pelas autoridades.
Isso ocorre porque ele é utilizado em duas fases da produção do entorpecente, tanto na transformação da pasta base em pó, como no batismo para aumentar o volume.
Em Corumbá, a pasta base é um tipo de entorpecente largamente encontrado e também traficantes tentam levar essa droga para outras regiões do Estado, conforme apreensões feitas pelas autoridades policiais.
O total apreendido de ácido bórico na região tem capacidade de produzir ao menos 4 toneladas de cocaína.
Depois do processo químico realizado, o entorpecente que passa pela reação com esse insumo se tranforma em produto pronto para a venda ilegal.
Essa quantidade pode alcançar cerca de R$ 100 milhões em valores no mercado ilegal.
“A apreensão reforça o compromisso das instituições envolvidas com o combate aos desvios de precursores químicos nas fronteiras como forma eficaz de combater o tráfico internacional de drogas”, reforçou a PF.
A atuação contra insumos químicos transitando na região de fronteira tem sido intensificada pelas autoridades policiais desde o ano passado.
Por conta do período de festas, com a chegada do Carnaval, ações específicas acabam sendo realizadas para combater o tráfico transnacional de drogas.
Por conta de apreensões anteriores, a Polícia Federal identificou que Mato Grosso do Sul está servindo de rota para “importação” e “exportação” de cocaína.
A droga pronta tem vindo da Bolívia e do Paraguai para o Brasil, bem como os insumos químicos estão sendo levados para o país vizinho a partir de Corumbá.
Entre setembro de 2021 e março deste ano, a Polícia Federal interceptou dois grandes carregamentos do acetato de etila, utilizado para refino da cocaína.
Com relação a esse solvente, a Perícia Oficial da PF identificou que 87% dessa droga aprendida no Brasil é feita a partir de acetato de etila.
A Lei nº 10.357 trata sobre controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à produção de entorpecentes.
A multa administrativa, no caso de infração dessa legislação, pode variar de R$ 2,128 mil a R$ 1,064 milhão, bem abaixo do potencial que a química tem para gerar valor com o entorpecente.
Toda importação ou exportação desse tipo de produto precisa, obrigatoriamente, receber autorização da PF.
Fonte: Correio do Estado