O uso da biometria facial para identificar torcedores e facilitar o acesso aos estádios já é uma realidade no Brasil. Para Matheus Talassi, torcedor do Palmeiras, clube que utiliza há mais tempo a ferramenta, a confusão e as filas para entrar no Allianz Parque já fazem parte do passado. A única preocupação que ele tem durante a entrada ao palco do jogo é com o próprio time.
“A princípio eu não gostava muito da ideia. Vira e mexe tinham problemas na entrada, as filas ficavam grandes e isso me incomodava um pouco. Com o tempo isso foi se acertando e deu para ver claramente que se tornou um grande acerto da diretoria”, disse.
Como funciona a biometria?
Ricardo Cadar, fundador da Bepass, uma das principais companhias do segmento no país, conversou com a reportagem do iG Esporte e esclareceu alguns pontos importantes sobre o tema.
O empresário ressaltou que o reconhecimento facial nos estádios representa um avanço fundamental tanto para os apaixonados por futebol quanto para a construção de um ambiente mais seguro:
A partir da biometria facial isso é impossível. Ou seja, todo mundo que tá entrando nos estádios, a gente tem ali todos os dados daquela pessoa: CPF, dados de telefone, ou seja, todos os dados que faz com que a gente identifique a pessoa, além da face dela em si.
Só isso já torna o benefício de segurança grande, porque qualquer problema que exista evidentemente dentro do estádio, a gente consegue rapidamente identificar essa pessoa, pra que ela possa sofrer qualquer tipo de punição administrativa ou até mesmo judicial, que aí é um problema do clube com a Justiça, que vão definir o que fazer.”.
A partir da implementação desta tecnologia, será mais simples de identificar e punir um infrator de maneira individual, de acordo com Ricardo.
“E outra que existe um programa do Governo Federal que chama “Estádio Seguro” onde hoje é informado para a Secretaria de Segurança Pública dos estados quem são as pessoas que estão indo para os estádios, pra que caso haja alguém que não poderia estar indo, com pendências na justiça, seja tomada alguma providência em relação a isso” , declarou à reportagem.
Além da segurança, ele garante que a velocidade de acesso ao estádio é mais rápida do que com o ingresso convencional.
Como a ferramenta é vista pelo usuário?
O iG Esporte escutou também a opinião dos torcedores. O são-paulino André David, 25, deu a sua visão acerca do assunto, aprovando a implementação da tecnologia. “Eu acho que toda novidade tecnológica assim assusta a torcida que não tá acostumada. Mas vejo com um olhar positivo, desde que bem aplicada, principalmente na área de segurança. Acho que caminha para uma maior segurança no estádio, uma vez que sabemos e temos facilidade de identificar quem são as pessoas que frequentam. Além de tirar cada vez mais o ingresso das mãos de cambistas.
No Morumbis, tive a oportunidade de estar no dia da implementação, o que causou um pouco de confusão e filas maiores, que se normalizaram nos outros eventos. Então eu gosto da ideia, desde que ela tenha como ideal ajudar tanto o clube, quanto o consumidor”, disse o torcedor.