Após ser confirmada como pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, com o apoio do Cidadania, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nesta quarta-feira que será a postulante do “caminho do meio” e da “pacificação”. Trata-se do primeiro discurso dela após o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) ter anunciado a desistência da disputa pelo Palácio do Planalto.
“Se a minha candidatura servir para ter uma adulta na sala, eu serei essa candidata. (…) Comigo não é 8 ou 80. Vamos falar menos de Lula e Bolsonaro e vamos falar mais do Brasil real”, afirmou ela, dizendo que a partir de agora se inicia a sua campanha à presidência. “A nossa missão é pacificar o país com os brasileiros”, completou.
“Quando eu entrei na vida pública, havia uma dificuldade de mulher votar em mulher. (…) Mulher que tem protagonismo acaba empoderando outra mulher. Hoje, eu posso dizer: mulher vota em mulher”, afirmou a parlamentar, que foi presidente da bancada feminina no Senado em 2021.
Pesquisas encomendadas pelo MDB, PSDB e Cidadania indicaram que o pleito deste ano teria um peso significativo do eleitorado feminino.
Tebet fez o discurso ao lado dos presidentes do MDB e Cidadania, Baleia Rossi e Roberto Freire. A ausência do presidente do PSDB, Bruno Araújo, que também participa das discussões da coligação desde o ano passado, foi sentida.
Como um aceno ao PSDB, a senadora lembrou que a sigla “nasceu da alma e do coração do MDB”.
“Não tenho dúvidas que em breve o PSDB estará conosco”, afirmou ela, frisando que fazia uma “homenagem à história” do partido, que ainda está dividido entre apoia-la ou ter uma candidatura própria.
A senadora ganhou o respaldo da maioria do MDB em reunião da cúpula ocorrida nesta terça-feira. Ela já havia sido lançada pré-candidata em dezembro de 2021, mas ainda havia dúvidas se era um nome de consenso dentro da sigla. Uma ala da região nordeste – em especial o senador Renan Calheiros, de Alagoas, e o ex-senador Eunício Oliveira, do Ceará – já fecharam apoio à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e são contrários à candidatura própria.
“Nós não teremos a unanimidade no partido, mas teremos a unanimidade nas convenções”, comentou a senadora.