O Jornal Nacional entrevista, nesta segunda-feira (22), Jair Bolsonaro, candidato do PL à presidência da República, às 20h30.
O atual mandatário do país abrirá a série de entrevistas do JN, comandada por William Bonner e Renata Vasconcellos, com os quatro presidenciáveis mais bem colocados na pesquisa divulgada pelo Datafolha no dia 28 de julho.
Veja quem são os outros convidados:
- Ciro Gomes (PDT), terça-feira (23);
- Lula (PT), quinta-feira (25);
- Simone Tebet, sexta-feira (26).
André Janones (Avante) foi convidado, mas retirou a candidatura e declarou apoio ao também candidato Luiz Inacio Lula da Silva do PT.
Naquela ocasião, Bolsonaro desrespeitou regras do noticiário e citou o apoio de Roberto Marinho ao golpe militar de 1964 – fato repudiado em editorial divulgado em 2013 pela emissora – o atual presidente, ainda, comentou sobre divórcio entre Bonner e Fátima Bernardes e fez especulações sobre o salário de Renata Vasconcellos.
Divócio de Bonner
Em 2018, Bolsonaro foi questionado por Willian Bonner, durante a entrevista ao JN, sobre seu “casamento” com o economista Paulo Guedes. O jornalista e âncora perguntou o que o então candidato falaria para um eleitor preocupado com a possibilidade de ele se tornar “refém” de um subordinado, já que Bolsonaro havia declarado que não entendia de economia e quem tomaria conta dessa questão seria Guedes.
O Jornalista, então, indagou o candidato sobre sua promessa de que Guedes ficaria no cargo até o fim do mandato e levantou a possibilidade de um “descasamento” entre os dois. Bolsonaro rebateu Bonner mencionando a então recente separação dele com Fátima Bernardes.
“Bonner, quando nós nos casamos, eu com a minha esposa, você com a sua, nós juramos fidelidade eterna. E aconteceu um problema no meio do caminho, que não cabe a ninguém discutir esse assunto. Duvido, pelo que conheço de Paulo Guedes, e passei a conhecê-lo muito mais depois que comecei a conversar com ele, esse descasamento venha, esse divórcio venha a acontecer”, rebateu.
Bate-boca com Renata Vasconcellos
Logo depois, o então candidato à Presidência da República foi indagado por Renata Vasconcellos sobre uma entrevista que fez ao programa “Superpop” (RedeTV!), em que dizia que não empregaria mulheres com o mesmo salário dos homens e questionou como o candidato explicaria isso às mulheres. Após a pergunta, o candidato começou a questionar onde Renata havia visto esse comentário.
“Renata, você leu isso, ouviu ou viu essa afirmação tua a meu respeito?”, perguntou. “Acho que eu ouvi e li. Ouvi na televisão”, respondeu a âncora. “Não. Você não… Não, me desculpe a senhora não ouviu. Eu nunca…”, interrompeu ele. “Candidato, nós ouvimos. Se o senhor quiser…”, interferiu Bonner. “Foi no programa da Luciana Gimenez?”, perguntou Bolsonaro. “Já existia esse fato em jogo. ela perguntou para mim, eu falei: ‘É competência’.
Daí ela falou: ‘Ó, as mulheres todas são competentes’. Então, a questão de salário é questão de competência… Na CLT já se garante isso”, prosseguiu.
Ambos apresentadores continuaram questionando o candidato sobre quais medidas seriam as medidas tomadas por ele para reduzir a desigualdade salarial, caso interferisse na questão. Jair Bolsonaro, então, reagiu aos questionamentos afirmando que o salário de Bonner era “muito maior” que o de Renata.
A jornalista rebateu dizendo que seu salário “não dizia respeito a ninguém” e disse que não aceitaria receber salário menor do que um homem que cumpre as mesmas funções do que ela: “Eu poderia até como cidadã, e como qualquer cidadão brasileiro, fazer questionamentos sobre os seus proventos, porque o senhor é um funcionário público, deputado há 27 anos, e eu, como contribuinte, ajudo a pagar o seu salário. O meu salário não diz respeito a ninguém”, começou.
“E eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu. Mas agora eu vou devolver a palavra ao senhor, para o senhor continuar o seu raciocínio”, finalizou Renata.
Golpe de 1964
Quase ao final da entrevista, Willian Bonner questionou Bolsonaro por uma declaração de seu vice, Hamilton Mourão, que fazia alusão a um possível golpe militar. Bolsonaro respondeu que a ação doa militares em 1964 foi algo “na forma da lei”, o que fez o âncora dizer que “historiadores sérios” consideram que o que houve em 64 foi um “golpe militar”.
Bolsonaro então rebateu Bonner mencionando um editorial de 1984 em que Roberto Marinho defendia o regime militar.
“No meu entender, foi uma alerta que ele [Mourão] deu e, no mais, deixa os historiadores para lá. Eu fico com Roberto Marinho, o que ele declarou no dia 7 de outubro de 1984, vou repetir aqui”, disse o político.
Bonner, então, encerrou a entrevista em razão do tempo e apontou o editorial divulgado pelo jornal em 2013, em que a publicação afirma que o apoio ao golpe foi “um erro”.
“Candidato, nós aqui, trouxemos para a mesa o candidato à Presidência da República, já houve editorial sobre isso, o senhor certamente está informado”, disse Bonner.