Caio Paes de Andrade é alvo de ação que apura uso de recursos do Ministério da Economia para pesquisar interesses pessoais

Indicado para assumir a presidência da Petrobras no lugar do químico José Mauro Ferreira Coelho, Caio Paes de Andrade é suspeito de usar os sistemas do ministério da Economia para checar, junto à Serasa, a situação cadastral de consultoria concorrente da empresa que é controlada pela ex-esposa dele. Ele nega que seja o autor da pesquisa.

A Conclusiva Consultoria trava uma disputa judicial contra a HSL, empresa de investimentos do grupo Captalys, cuja principal executiva e cocontroladora, a empresária Margot Alyse Greenman, foi esposa de Andrade de 2012 até o ano passado.

A suspeita levantada em ação judicial pela Conclusiva é de que Caio Andrade teria utilizado o sistema do Ministério da Economia para pesquisar dados da empresa concorrente da Captalys.

O processo corre no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Em 5 de maio, a Justiça autorizou a produção antecipada de provas a pedido da Conclusiva para investigar se Andrade foi o responsável pela consulta.

R7 questionou o Ministério da Economia sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestação. Andrade nega tera acessado o sistema da Serasa para fazer qualquer tipo de consulta e ter feito esse pedido a terceiros.

Andrade, que é secretário de desburocratização do Ministério da Economia, foi indicado para a presidência da Petrobras nesta segunda-feira. Ele é visto como leal a Bolsonaro, alguém que poderia aceitar mudanças desejadas pelo presidente na política de preços dos combustíveis. O governo avalia que os constantes aumentos em ano eleitoral nos valores do litro da gasolina e do diesel são um entrave para o projeto de reeleição de Bolsonaro.

Caio Paes de Andrade ganhou espaço no governo ao atuar na digitalização de serviços reunidos no sistema Gov.br. Ele não tem experiência na área de petróleo e gás, o que vai contra um dos itens da Política de Indicação de Membros da Alta Administração do Conselho Fiscal da empresa.

Formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, Andrade é pós-graduado em administração e gestão pela Universidade de Harvard e mestre em administração de empresas pela Universidade Duke.

O executivo é também fundador e conselheiro do Instituto Fazer Acontecer. Além disso, foi presidente do SERPRO até agosto de 2020, quando passou a ser responsável pela Plataforma GOV.BR. Andrade é também membro do Conselho de Administração da EMBRAPA e da PPSA.