A Coreia do Norte revelou que 1,97 milhão de pessoas no país já contraíram “febre”, termo que as autoridades usam para casos suspeitos de Covid-19 devido à falta de capacidade do país para realizar testes. O governo da Coreia do Sul afirma que a onda de casos na Coreia do Norte deve atingir o pico em até quatro semanas.
Entre os quase 2 milhões de pessoas infectadas, cifra que representa praticamente 8% da população total, cerca de 1,23 milhão se recuperaram satisfatoriamente enquanto outros 740.160 estão em tratamento, detalhou a agência estatal KCNA.
Ontem (19), os norte-coreanos relataram 213.280 novos casos suspeitos de Covid-19 e uma nova morte aparentemente vinculada à doença.
Com esses dados do centro estatal de prevenção de epidemias, já há 63 óbitos que podem estar ligados ao vírus. Na última quinta, o governo norte-coreano confirmou pela primeira vez a existência da Covid-19 em seu território.
Os números mostram uma transmissão muito rápida em todo o país (o regime socialista disse que a propagação das “febres” começou no fim de abril) e, ao mesmo tempo, uma taxa de mortalidade excessivamente baixa em comparação com a da maioria dos países que sofreram o impacto da Ômicron, a variante detectada pelas autoridades norte-coreanas.
Nesta semana, a OMS (Organização Mundial da Saúde) expressou sua preocupação com a situação na Coreia do Norte e pediu ao regime socialista que compartilhe informações mais detalhadas para que possa ajudar durante a crise de saúde.
A situação é preocupante porque a variante Ômicron é muito contagiosa e, além disso, o país tem recursos limitados para testar a população e diagnosticar o vírus. O regime socialista não aplicou uma única vacina — rejeitou em 2021 a doação de quase 5 milhões de doses e não parece ter a intenção de aceitar novas doações.
O país também rejeitou as ofertas de ajuda, inclusive de vacinas, da Coreia do Sul e da OMS.
Vários meios de comunicação relataram que aviões norte-coreanos haviam carregado suprimentos em aeroportos chineses, enquanto Moscou e Pyongyang discutiram nesta semana o envio direto de ajuda.
Muitos especialistas acreditam, no entanto, que a Coreia do Norte, que está em confinamento desde 2020, não aceitará o envio de vacinas no momento porque isso implica receber pessoal externo para assessoramento nas cadeias de distribuição dos imunizantes.
Do R7, com EFE